Nasceu Samara!

A Maristela é cunhada da Sabrina, que estudou comigo no ensino médio e pra quem minha mãe deu aula no primário. Falei pra Sabrina do meu trabalho e ela logo me indicou pra Maristela.

Entramos em contato, marcamos os encontros, fizemos exercícios e conversamos muito!

Ela queria um parto natural. Sabia que era o melhor pra ela e pro bebê, mas algumas pessoas da família eram contra e estavam pressionando-a muito.

Quando Maristela me ligou na manhã do dia 30 de agosto, ela estava indo ao obstetra fazer mais uma consulta.

Ela estava com 41 semanas de gestação em 2cm de dilatação.

Aqui na minha cidade, no SUS, não se faz indução de parto, só condução (ou você tem normal sozinha ou é cesárea), e Maristela já estava nervosa, ansiosa e com a cabeça cheia de minhocas plantadas por familiares (nessas horas a família mais atrapalha que ajuda), então o médico a encaminhou para a cesárea, e ela topou.

Cheguei à Santa Casa de Misericórdia e logo encontrei o papai Wagner que estava muito ansioso.

Maristela estava na sala de preparo. Aproveitei para ir até a Direção Clínica do hospital pedir autorização para acompanhar a cesárea.

Chegando lá a atendente me informou que apenas a diretora do hospital poderia me dar tal autorização, porém A DIRETORA DO HOSPITAL NÃO ESTAVA LÁ (eram cerca de 9:30 da manhã) e segundo a atendente, nem adiantava eu ligar pra ela pra pedir porque a autorização só poderia ser dada por escrito.

Mais uma vez a vemos o descumprimento da lei do Acompanhante resultando em uma desolada parturiente que esperava estar amparada nesse momento tão importante.

Foi terrível ter que dizer a Maristela que não permitiram que eu a acompanhasse. Ela ficou apavorada, o nervosismo aumento. Depois ela disse que no centro cirúrgico se sentiu mal, que chorou, que perdeu a voz, teve falta de ar, e que não tinha ninguém pra segurar a mão dela, Só uma enfermeira que ficava “fazendo perguntas idiotas” (como ela mesma disse) tipo onde ela morava, idade, nome...

Samara saiu do centro cirúrgico nem 15 minutos depois que Maristela havia entrado. Linda saudável , gordinha e cabeluda, uma fofura!

Maristela teve uma péssima experiência com sua cesárea, e dessa vez posso dizer que o hospital teve 100% de culpa nisso, já que negou a ela o direito de ter um acompanhante durante o processo.

Demorei mais do que deveria pra postar esse relato, mas até agora não consigo falar nem pensar direito sobre o assunto. Me sinto, de certo modo, responsável por aquele desespero que ela sentiu, porque eu deveria estar lá com ela, segurando sua mão, dando força... mas não me foi permitido.

Do mais, agora as duas estão em casa, saudáveis, e apesar das adversidades e da falta de colaboração do hospital, felizes.

Maristela,

Perdoe-me por não ter lhe acompanhado nesse momento. Fiz tudo o que podia, mas infelizmente não dava pra invadir o centro cirúrgico e ficar lá na marra. Apesar de não ter tido suporte, você foi corajosa, uma guerreira! Parabéns por ter escolhido o melhor pra você e pra Samara, mas nem sempre as coisas saem como nós queremos. Tenho certeza que você será uma mãe maravilhosa!

Wagner,

Você se manteve firme apesar do nervosismo! Fiquei muito orgulhosa de perceber sua preocupação com a Maristela! Isso prova o quanto você a ama! Cuide bem dela e de sua nova princesinha. Felicidades!

Soninha,

Você é uma sogra maravilhosa! Daquelas de deveriam ser apenas chamadas de MÃE! Obrigada por ter me recebido tão bem na sua casa e por ter dado suporte a Maristela depois que fui embora. Você é um anjo e será uma vovó maravilhosa!

Luana,

Bem vinda ao mundo! Muita saúde, paz, amor e felicidade pra você!

Lembrando que ter um acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato (incluindo a cesárea) seja no sistema público de saúde ou no privado é um DIREITO DA GESTANTE GARANTIDO POR LEI!

Caso esse direito não seja respeitado, DENUNCIE!!